VigiFronteiras-Brasil

VigiFronteiras-Brasil

O Brasil tem uma enorme fronteira territorial com os demais países da América do Sul que se caracteriza por um intenso fluxo de populações. Essa movimentação interfere no padrão de ocorrência das doenças, na circulação de patógenos e no funcionamento dos sistemas de saúde dos países que têm fronteiras uns com os outros.

Por conta dessas características, é importante que os profissionais de saúde que atuam nessas localidades (na gestão do sistema de saúde ou na assistência), conheçam um pouco mais dessa dinâmica populacional e como ela interfere nos padrões epidemiológicos e no funcionamento dos serviços prestados. É estratégico estarem preparados para responder adequadamente as necessidades de saúde dessas populações. Este cenário, cada vez mais complexo, é um grande desafio para a saúde pública brasileira diante de situações de surtos, epidemias, endemias e pandemias. 

Nesse cenário, foi criado o Programa Educacional em Vigilância em Saúde nas Fronteiras, o Programa VigiFronteiras-Brasil, iniciativa da Fiocruz em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério das Saúde e com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O objetivo é formar mestres e doutores para contribuir com o fortalecimento das ações e serviços de vigilância em saúde nas regiões da faixa de fronteira do Brasil e nos países vizinhos (Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela, e uma Região Ultramarina da França, a Guiana Francesa). 

A formação é de responsabilidade da Fiocruz, principal instituição de formação e qualificação de pessoal para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a área de Ciência, Tecnologia e Inovação em saúde do Brasil. É realizada por meio de um inovador consórcio entre programas de pós-graduação de diferentes unidades e linhas de pesquisas relacionadas à vigilância em saúde do qual fazem parte: 

• Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública (ENSP/Fiocruz);
• Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente (ENSP/Fiocruz);
• Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz);
• Programa de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (Fiocruz Amazônia);
• Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública na Amazônia (DASPAM) da Fiocruz Amazônia;
• Programa de Pós-Graduação em Saúde Única (PPGSU) da Fiocruz Mato Grosso do Sul;
• Programa de Pós-Graduação em Vigilância e Controle de Vetores (PPGVCV) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz);
• Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública (PPGSP) da Fiocruz Pernambuco;
• Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) da Fiocruz Minas Gerais.

O público-alvo são profissionais e/ou gestores de saúde que atuam na área de vigilância em saúde, em especial em doenças transmissíveis, nas regiões da faixa de fronteira do Brasil e nos países sul-americanos vizinhos.

São oferecidas 75 vagas para brasileiros e estrangeiros. Cinquenta por cento das vagas são preferencialmente destinadas a pessoas profissionais da saúde que atuam nas regiões de fronteira do Brasil e de países vizinhos. Também são destinadas vagas para ações afirmativas para pessoas negras (pretas ou pardas), pessoas com deficiência (PcD), pessoas indígenas, pessoas quilombolas e pessoas trans (travestis ou transexuais). 

Os cursos de mestrado e doutorado (acadêmico/profissional) têm duração de 24 e 48 meses, respectivamente, e são oferecidos oferecidos na modalidade híbrida, com aulas remotas síncronas (em tempo real) e disciplinas presenciais obrigatórias em polos estratégicos em: Campo Grande (MS), Manaus (AM), Tabatinga (AM), Porto Velho (RO), Belo Horizonte (MG), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ).

Números da Turma 1
• 35 alunos de mestrado, 32 egressos, 1 progressão para o Doutorado
• 40 alunos do doutorado, 33 estudantes ativos (até julho de 2025), 1 egresso
• Encerramento em 2025
• Aproximadamente 90% dos alunos integram o Sistema Único de Saúde.

A expectativa é que o Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz, que inicía, a partir de 2026, sua segunda turma, contribua para o fortalecimento, aprimoramento e qualificação dos profissionais e das ações e serviços de vigilância em saúde, a formação e/ou fortalecimento de Redes de Colaboração para atuar nas respostas às ações de vigilância em saúde e nas emergências de saúde pública de importância nacional e internacional.