2º Seminário Internacional do Programa VigiFronteiras-Brasil apresenta experiências de estratégias integradas para vigilância em saúde nas fronteiras
"Estratégias de vigilância em saúde nas regiões de fronteira" foi o tema do 2° Seminário Internacional promovido, ontem (25), pelo Programa Educacional em Vigilância em Saúde nas Fronteiras (VigiFronteiras-Brasil) da Fundação Oswaldo Cruz. O encontro aconteceu no Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e contou com a participação remota de alunos e professores na Fiocruz Mato Grosso do Sul. Os palestrantes apresentaram projetos que demonstram a necessidade do investimento em ações interinstitucionais e intergovernamentais para integração de dados e de ações conjuntas na área de vigilância em saúde nas fronteiras. O seminário foi transmitido pelo Canal da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz no YouTube com tradução para o espanhol e o inglês e intérprete de Libras. O encontro também contou com a participação de Carlos Vidotti, representante da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
O pesquisador do Institute of Research for Development (IRD - UnB - Fiocruz), da França, Emmanuel Roux, apresentou a experiência do "Sítio sentinela transfronteiriço como ferramenta de cooperação da vigilância em saúde em fronteira internacional", atividade que envolve uma abordagem integrada e territorializada em saúde para monitorar e mapear os riscos em relação à saúde e o meio ambiente. A iniciativa é fruto do investimento de longo prazo na articulação e parceria cientifica equitativa entre instituições de pesquisa de países parceiros. O chamado “Laboratório Misto Internacional Sentinela (LMI-Sentinela)” conta com estrutura de governança própria, formada por uma co-direção, comitê executivo e um comitê científico consultivo. O objetivo, segundo Roux, é a definição de um modelo de vigilância participativa e transfronteiriça para os países das instituições envolvidas.
Em sua fala, ele ressaltou, ainda, um desafio chave: a complexidade da integração de dados e conhecimentos para uma representação unificada a compartilhada das situações de saúde em espaços transfronteiriços e a integração setorial, para beneficiar as expertises dos atores envolvidos e operacionalizar os resultados de pesquisa. Roux apresentou também as principais ações fruto dessa colaboração e uma perspectiva e necessidade futura de uma maior integração entre os setores e para o desenvolvimento de infraestruturas de dados e sistemas integrados, levando em consideração as necessidades dos diferentes atores envolvidos.
Em seguida, o oficial Nacional na Unidade Técnica de Vigilância, Preparação e Resposta às Emergências e Desastres na OPAS/OMS-BR, Rodrigo Frutuoso, falou sobre a "Importância da Avaliação de Risco para eventos de saúde pública", tomando como ponto de partida os impactos das mudanças climáticas para a saúde pública. Apresentou brevemente as estratégias, procedimentos e critérios empregados em avaliações rápidas de risco, exemplificando com o contexto de eventos hidrometeorológicos. Citou também o documento da Opas que orienta avaliação de riscos e critérios que devem ser levados em consideração, principalmente quanto à dinâmica específica das regiões de fronteira. Apresento, por fim, os níveis de manejo e como está estruturado um Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública, assim como é feita a sua desmobilização.
A pesquisadora da Fiocruz e coordenadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre (SISS-Geo), Márcia Chame, apresentou como o sistema vem sendo utilizado para realizar o monitoramento participativo para vigilância de zoonoses silvestres em ambientes naturais, rurais e urbanos de vários agravos em cidades brasileiras, mostrando que a inovação tecnológica e a participação social fazem a diferença na vigilância em saúde. Ela descreveu, ainda, como a plataforma funciona e seu impacto na vigilância participativa integrada. Em sua fala, ressaltou que a decisão integrada depende, necessariamente, do uso de dados de qualidade, dados georreferenciados, comunicação em tempo real, amostras e diagnósticos de qualidade e modelos de previsão.
O seminário contou com a participação do pesquisador do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (LIS/Icict/Fiocruz) Christovam Barcellos, como debatedor. Na sua fala, ele destacou o papel da informação de qualidade e a necessidade da compatibilização dos sistemas de informação e do compartilhamento de dados para a vigilância em saúde, em especial nas fronteiras. A coordenadora Geral Adjunta e do Stricto Sensu da Fiocruz e Coordenadora do Programa VigiFronteiras-Brasil, Eduarda Cesse, e a coordenadora acadêmica do programa, Andréa Sobral, foram as moderadoras do seminário.
O processo seletivo para a segunda edição do programa está previsto para 2024. Mais informações no site https://formacaovigisaude.fiocruz.br/ ou no @formacaovigisaudefiocruz. A transmissão completa do seminário pode ser conferida nos links a seguir. As apresentações estão disponíveis aqui.
2° Seminário Internacional – Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz
- Transmissão em português: https://youtube.com/live/vTWVXd1eiZs?feature=share
- Transmissão em espanhol: https://youtube.com/live/GMwi65_0VxQ?feature=share
- Transmissão em inglês: https://youtube.com/live/kLfJWsGfQuI?feature=share
As apresentações dos palestrantes podem ser conferidas na seção Documentos do nosso site.