Formação em Vigilância em Saúde é foco de trabalho apresentado em congresso em Bogotá

As coordenadoras acadêmica e de gestão do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz, Andréa Sobral e Adélia Araújo, participaram do LASA 2024, evento da Associação de Estudos Latinoamericanos, realizado em Bogotá, na Colômbia, de 12 a 15 de junho. Elas apresentaram o trabalho "Formação em Vigilância em Saúde na região de fronteiras do Brasil e países sul-americanos e sua importância para o fortalecimento dos Sistemas de Saúde". O objetivo foi descrever o perfil dos profissionais em formação, as motivações para o ingresso no programa, os seus locais de atuação e a aplicação dos conhecimentos adquiridos ao longo da formação.

A apresentação mostrou que o programa da Fiocruz vem contribuindo, já nesta primeira edição, para a construção de redes interdisciplinares, para ações efetivas da vigilância laboratorial e para o fortalecimento da vigilância em saúde em terras indígenas. Descreveu o perfil dos mestrandos e doutorandos do programa, buscando identificar as motivações para o ingresso na formação, bem como os seus locais de atuação e como pretendem aplicar os conhecimentos adquiridos no curso e na elaboração de suas dissertações e teses.

Os resultados apontaram que as principais motivações relacionam-se a melhora na atuação profissional e acadêmica nas regiões de fronteira que trabalham, por meio de formação de excelência ofertada por uma instituição voltada para  ciência e tecnologia do Ministério da Saúde e parte integrante do SUS. Além disso, também por essa formação estar relacionada à área de geração de conhecimentos em diversas áreas da saúde, em especial, da vigilância em saúde em seus diversos componentes (epidemiológico, ambiental e saúde do trabalhador, laboratorial, entre outras).

Quanto ao local hoje de atuação profissional, os estudantes atuam profissionalmente em vários setores públicos e estratégicos na área da saúde, entre eles: Vigilância Epidemiológica de secretarias estaduais, municipais, departamentais, de províncias; Direção geral de Epidemiologia; Ministério de Saúde de vários países; Institutos de Pesquisa que atuam na área de Saúde Pública; Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde; Coordenadores/Gestores na área de Vigilância em Saúde; Núcleo de Gestão da Rede de Laboratórios; e uma boa parte atuando com grupos mais vulneráveis no território, como os indígenas.

andrea apresenta trabalho
Resultados evidenciam a importância do processo formativo para a vigilância em saúde nas fronteiras

Observou-se, ainda, que os projetos de dissertação e tese estão alinhados ao objeto central da proposta de formação e destacamos alguns eixos principais da vigilância em saúde: o de estratificação de áreas de risco; notificação de doenças e agravos; investigação epidemiológica; diagnóstico laboratorial de agravos de saúde pública; vigilância ambiental; vigilância de doenças transmitidas por vetores e antropozoonoses; controle de doenças; imunizações/cobertura vacinal; monitoramento de agravos de relevância epidemiológica; divulgação de informações epidemiológicas; monitoramento das ações de vigilância em saúde; vigilância em saúde comunitária baseada em bases culturais locais, em especial de grupos vulneráveis; e vigilância sanitária.

Segundo Andréa Sobral, que fez a apresentação no congresso, os estes resultados evidenciam a importância deste processo formativo. "Trabalhamos de maneira contínua e adaptada, a Vigilância em Saúde nas fronteiras, já que a saúde nas fronteiras é um desafio em constante evolução, com novas ameaças e tecnologias emergindo constantemente", comentou. Ela destaca, neste contexto, o estabelecimento de redes promovido pela formação inovadora que tem têm permitido que os agentes de Vigilância em Saúde participantes se atualizem e mantenham troca contínua dos problemas e soluções para suas regiões.

FRUTOS -  A presença da coordenação do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz em Bogotá, na Colômbia, rendeu outros frutos além da participação e apresentação de trabalho no LASA 2024. Eduarda Cesse, Andréa Sobral e Adélia Araújo também visitaram o Instituto de Saúde Pública da Pontifícia Universidade Javeriana de Bogotá.

Na ocasião, reuniram-se com representantes do Mestrado em Saúde Pública da instituição para estreitar laços e divulgar o Programa da Fundação. A expectativa é que a segunda turma dos cursos de mestrado e doutorado contem com mais participantes dos países que fazem fronteira com o Brasil, a exemplo da Colômbia.