Doutorandos participam da última disciplina do Programa VigiFronteiras-Brasil na Fiocruz Amazônia

Ao longo da última semana, doutorandas e doutorandos do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz participaram, em Manaus, da disciplina Seminários Avançados de Tese de Doutorado IV, última etapa curricular da formação, iniciada em 2021. O encontro marca a reta final da jornada acadêmica dos alunos, com a apresentação e a consolidação das teses de conclusão do curso, que têm previsão de defesa até outubro de 2025.

A atividade ocorreu nas dependências da Fiocruz Amazônia e representou um momento de amadurecimento acadêmico e reflexão sobre os percursos individuais e coletivos trilhados ao longo da formação. Com o apoio de orientadores, avaliadores e da equipe acadêmica do programa, os alunos compartilham os últimos avanços e recebem sugestões para o fechamento dos seus estudos, voltados à vigilância em saúde em territórios de fronteira.

“A semana foi extremamente produtiva. Pudemos observar o trabalho dos colegas, trocar experiências, compartilhar como está atualmente nosso trabalho, o que a gente precisa melhorar com a visão tanto dos docentes, dos orientadores e dos colegas discentes”, comentou Fernanda Zambonin, doutoranda de Boa Vista (RR).

As pesquisas em fase de conclusão abrangem uma ampla gama de temas relevantes para a saúde pública nas fronteiras brasileiras, como a organização de respostas a emergências em saúde por povos indígenas, microplanejamento para vacinação em cidades gêmeas, arboviroses urbanas em cidades fronteiriças, desafios de cooperação para vigilância em saúde, doenças febris agudas em regiões de fronteira, gestão de riscos de doenças zoonóticas sob a perspectiva da saúde única, transmissão vertical da doença de Chagas, HIV, hepatite B e sífilis, vigilância de doenças infecciosas como a tuberculose, entre outros temas.

Segundo Andréa Sobral, coordenadora acadêmica e vice-diretora de Pesquisa e Inovação da ENSP/Fiocruz, a diversidade dos objetos reflete os desafios complexos desses territórios e a urgência de políticas integradas entre países vizinhos. “Foi uma semana enriquecedora, com doutorandos e docentes refletindo sobre a estrutura e profundidade das pesquisas realizadas e as necessidades de ajustes para finalização das teses de grande relevância para o avanço do conhecimento em vigilância em saúde nas fronteiras”, comentou.

A professora Enirtes Caetano, coordenadora Geral Adjunta de Educação (Stricto Sensu) da VPEIC/Fiocruz, participou da disciplina como avaliadora dos trabalhos e ressaltou a relevância dos trabalhos que estão sendo realizados e do programa. “Assistimos a apresentação de um conjunto de propostas extremamente relevantes para o incremento da produção de conhecimento em áreas estratégicas para o Brasil”, declarou.

Por sua vez, Zoraida Fernandez, docente da Fiocruz Mato Grosso do Sul e coordenadora de polo, comentou sobre os dados retratados pelas pesquisas. “São resultados relevantes para a saúde pública e que devem ser considerados em cada um dos municípios ou regiões onde foram desenvolvidos, porque colaboram e contribuem com melhoria em vários aspectos da vigilância em saúde”, explicou.

A disciplina também simbolizou um momento de celebração e resistência: muitos dos alunos conciliaram a intensa rotina de trabalho com os estudos de doutorado, em um curso realizado predominantemente de forma híbrida, com encontros presenciais estratégicos. Para os participantes, trata-se de uma conquista coletiva, sustentada por um modelo educacional inovador, comprometido com a produção científica aplicada às realidades locais e transfronteiriças.