Mesa de abertura do início das atividades ressalta importância do programa para o futuro da saúde na América do Sul
O pontapé inicial para as aulas do Programa Educacional Vigilância em Saúde nas Fronteiras (VigiFronteiras-Brasil) foi dado. Na manhã de ontem (8/11), alunos, docentes e convidados se reuniram virtualmente para o evento de abertura dos cursos. A mesa inicial foi formada por Nísia Trindade Lima (Presidente da Fiocruz), Cristiani Vieira Machado (Vice-Presidente de Educação, Informação e Comunicação/Fiocruz), Paulo Buss (Coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde - CRIS/Fiocruz), Eduarda Cesse (Coordenadora Geral de Educação Adjunta da Fiocruz), Rodrigo Frutuoso (Representante da OPAS/OMS) e Cássia Rangel (Diretora do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde).
Todas as autoridades saudaram os 75 alunos selecionados e ressaltaram a importância do programa para a vigilância em saúde nos países das fronteiras, principalmente para os cenários de emergência em saúde pública. O Programa VigiFronteiras-Brasil é uma iniciativa da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), com apoio da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
A presidente Nísia Trindade destacou a importância da parceria interinstitucional na preocupação com as fronteiras e da atividade para o campo da diplomacia da saúde e cooperação estruturante em saúde frente aos desafios da vigilância em saúde e da preparação para diferentes contextos sanitários. “Aprenderemos muito com a experiência de cada um de vocês. É nessa troca e nos desafios propostos pelo curso que poderemos avançar numa agenda, que não é recente, mas que hoje, frente à discussão das determinações sociais e ambientais, só reforça a importância de juntos construímos estratégias para enfrentamento e uma dessas estratégias fundamentais se dá no campo da educação”, pontuou.
Por sua vez, Cássia Rangel, frisou a importância de conhecer a epidemiologia e a dinâmica populacional que interferem nos padrões de doenças e na oferta de serviços de saúde para a população das regiões fronteiriças, principalmente com a possibilidade de reintrodução de doenças imunopreveníveis e das emergentes. “O Brasil tem uma enorme fronteira territorial, com grande circulação de pessoas seja por via terrestre, pelas fronteiras aquaviárias e viárias com os demais países da América do Sul. O intenso fluxo de movimentações interfere no padrão de ocorrências das doenças. Espero que vocês tragam e troquem experiências e que levem os aprendizados para a gestão pública e assistência”, declarou.
Já o representante da Opas, Rodrigo Frutuoso, citou a alegria de ver o nascimento do Programa VigiFronteiras-Brasil como forma de trazer aos países vizinhos e ao Brasil um reforço na vigilância com foco nas fronteiras. “Os profissionais capacitados terão um olhar mais apurado para o seu território, para as condições de saúde locais e podem potencializar uma troca não só de experiencias, mas de comunicação e de ideias do que acontece em cada um dos lados das nossas fronteiras nos trazendo possibilidades e oportunidades de nos prepararmos e atuarmos com uma maior agilidade para potenciais eventos e emergências em saúde pública”, ressaltou.
Na sua fala, o presidente do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Paulo Buss, recordou que a criação de um curso de pós-graduação com mestrado e doutorado em vigilância em saúde era o sonho dos ministros da saúde da época da criação da União das Nações Sulamericanas (Unasul), há mais de 10 anos. “Eles viveram com a ameaça de diversas pandemias, como a da Influenza, que foram controladas e impacto reduzido devido à existência da Opas e dessa organização. E não foi isso que ocorreu com a pandemia pela Covid-19. “Temos cerca de 570 milhões de habitantes na América Latina, uma pequena parcela da população mundial, e temos de 20% a 25% dos óbitos globais na região, com números que mostram a dificuldade que tivemos e continuamos tendo em relação ao controle dessa enfermidade. A Fiocruz, a SVS/MS e a Opas criaram esse programa numa hora perfeita. Vocês alunos são uma esperança para a população, pois têm nas mãos o futuro do controle de pandemias e de epidemias que seguramente não abandonarão a história humana”, declarou.
Eduarda Cesse, coordenadora do Programa, destacou que o mesmo é estratégico particularmente no momento de crise sanitária. “A formação de profissionais na área da vigilância se reveste de importância para fomentar a colaboração entre os países da faixa de fronteira para preparação de respostas e ações em casos de emergência em saúde de importância nacional e internacional. Também de promover a incorporação da epidemiologia aplicada aos serviços de saúde para enfretamento dos problemas prioritários, para a saúde nessas regiões e aprimorar as atividades de vigilância em saúde das doenças transmissíveis nessa faixa de fronteira”, afirmou.
Encerrando as boas-vindas aos alunos, a Cristiani Vieira Machado, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação /Fiocruz, comentou que esse programa é complexo, desafiador e estimulante por reunir cursos de pós-graduação de várias unidades da Fiocruz em torno da prioridade da formação na área de vigilância em saúde. “A pandemia da Covid-19 nos mostrou de forma muito contundente que, para problemas globais não são suficientes as respostas exclusivamente nacionais. Precisamos trabalhar de forma integrada e a articulação regional é de extrema importância na América Latina, onde sistemas de saúde enfrentam numerosos desafios, seja pela fragmentação, insuficiência de financiamento e esforço extraordinário dos profissionais que atuam na assistência ou na gestão dos serviços para dar respostas as necessidades de saúde da população as vezes em condições muito difíceis”, sugeriu.
Se você não conseguiu acompanhar ao vivo, pode assistir tudo pelo Canal da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz no YouTube, que transmitiu o evento ao vivo. O link direto é o: https://youtu.be/rhbXn3IVGO4.
