
Formatura remota celebra conclusão das primeiras turmas do mestrado dos Programas VigiFronteiras-Brasil e VigiLabSaúde-Fiocruz
Na última terça-feira, 8 de julho, 27 egressos do Mestrado Acadêmico do Programa VigiFronteiras-Brasil e 32 do Mestrado Profissional do Programa VigiLabSaúde-Fiocruz, participaram da cerimônia remota de colação de grau conjunta. A celebração contou com a participação de autoridades da Fiocruz, OPAS e Ministério da Saúde e foi marcada por palavras de carinho aos formandos, votos de sucesso e o reconhecimento da importância estratégica das formações para o fortalecimento da vigilância em saúde no país.
Eduarda Cesse, vice-presidente adjunta de educação, informação e comunicação da Fiocruz e coordenadora dos dois programas, celebrou a cerimônia com entusiasmo e destacou a potência transformadora da formação. Ela reforçou a importância de um sistema de saúde cada vez mais qualificado, justo, preparado e integrado. “Vocês representam o SUS que queremos e que estamos construindo juntos.” Eduarda finalizou com um agradecimento às instituições parceiras, reconhecendo que “nada disso seria possível sem o compromisso coletivo de todos os envolvidos.”
Emocionada, Andrea Sobral, coordenadora acadêmica dos programas, destacou a bravura dos formandos: “Hoje celebramos a coragem de cada um de vocês, de conciliar estudos, trabalho e vida pessoal em meio a um cenário complexo, marcado por pandemia, desigualdades e a urgência por respostas eficientes”. Na sua fala, ela também compartilhou uma reflexão do sanitarista Sérgio Arouca, dita na 8ª Conferência Nacional de Saúde:“A saúde se faz com ciência, mas também com luta”. Ela convidou os formandos a levarem essa mensagem como compromisso de futuro. “Que vocês sigam lutando, produzindo ciência e, acima de tudo, servindo ao povo brasileiro.”
Também compuseram a mesa: a vice-presidente de educação, informação e comunicação da Fiocruz, Marly Cruz, representando o presidente da Fiocruz, Mário Moreira. O secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, financiador e apoiador dos programas, Fabiano Pimenta, representando a secretária Mariângela Simão. O coordenador das emergências, evidência e inteligência em saúde da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), apoiadora do programa VigiFronteiras-Brasil, Alex Rosewell.
Marly Cruz destacou o caráter inovador do consórcio que viabiliza o programa e fortalece a integração entre instituições. Para ela, o VigiLab e o VigiFronteiras representam um grande aprendizado para a própria Fiocruz. “[o formato] Mostra-se como uma tendência para responder às demandas de formação no país para lidar sobretudo com áreas remotas e dificuldade de acesso. Reforçando o compromisso com a democracia e a promoção da equidade.” Para ela, o formato adotado ampliou a capilaridade das formações e se alinhou com as necessidades de uma agenda internacional de saúde global que exige respostas rápidas, criativas e inteligentes. A representante da Fiocruz também parabenizou as coordenadoras do programa, alunos e familiares pelo empenho em superar desafios e chegar com brilhantismo até o dia da colação de grau.
Fabiano Pimenta iniciou sua fala agradecendo à Fiocruz e à Opas pelo apoio no desenvolvimento do programa, e reforçou o compromisso da SVSA/Ministério da Saúde com a formação em vigilância em saúde: “Estimular, manter, cofinanciar e financiar. Que essas iniciativas tenham sustentabilidade, possam ser expandidas. É uma das responsabilidades da SVSA enquanto coordenadora nacional da área.” Segundo ele, não se faz política pública, especialmente diante das complexidades das fronteiras e da necessidade de apoio diagnóstico oportuno, sem pessoas qualificadas que atuem não apenas no nível federal, mas também nos âmbitos estadual e regional, especialmente nas regiões de fronteira.
O secretário adjunto também parabenizou os formandos pela escolha profissional: “A opção pela saúde pública é uma opção clara de compromisso social, de redução das desigualdades do país e de ser um agente transformador que venha atender aos brasileiros e também aos povos irmãos.” Ele ressaltou, ainda, a importância de o poder público cumprir seu papel e capacitar profissionais com conhecimentos científicos atualizados e preparados para atender às necessidades da população.
Alex Rosewell destacou a formação como uma iniciativa estratégica que expressa o compromisso coletivo com a vigilância em saúde nas regiões mais desafiadoras do continente. Para ele, o serviço público tem o poder de transformar realidades e salvar vidas. “As fronteiras não são barreiras, são pontos de encontro que demandam respostas coordenadas e cooperação técnica efetiva, e acima de tudo, capacidade humana sólida capaz de enfrentar os desafios que ultrapassam os limites geográficos.” O representante da Opas afirmou ainda que “o VigiSaúde é mais que um programa de formação acadêmica, é uma resposta concreta às necessidades da saúde pública nas Américas.”
O diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Marco Menezes; o diretor da Fiocruz Pernambuco, Pedro Miguel dos Santos Neto; a vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira, representando a diretora, Fabiana Damásio; o vice-diretor de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz Amazônia, Cláudio Peixoto, representando a diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes; a coordenadora da área de Educação da Fiocruz Mato Grosso do Sul, Débora Dupas, representando a coordenadora da unidade, Jislaine Guilhermino, também compuseram a mesa de abertura.
A programação também incluiu a palestra “O papel dos egressos do VigiFronteiras e VigiLab na transformação da vigilância em saúde: desafios, inovações e impactos”, conduzida por Tânia Fonseca, coordenadora de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz. Ela apresentou um panorama da atuação da Fundação, que há mais de um século se destaca mundialmente por reunir em uma única instituição, vigilância, pesquisa, inovação, comunicação, informação, ensino, capacitação e produção de insumos. “Trabalhar com, trabalhar junto é o que marca o ecossistema que é a Fiocruz”, ressaltou Tânia.
Na continuidade da solenidade, foi realizada uma homenagem aos docentes e integrantes dos programas de pós-graduação da Fiocruz que participaram dos consórcios para a oferta dos programas VigiFronteiras-Brasil e VigiLabSaúde-Fiocruz, representados pelos seus atuais coordenadores. Em seguida, a celebração dos egressos foi marcada pelas falas dos patronos e paraninfos escolhidos, por votação, pelos alunos das duas turmas. A professora Eduarda Cesse, foi escolhida, pelos alunos de ambas turmas, como patronesse, uma escolha que, para ela, representa um verdadeiro privilégio.“Sinto-me profundamente representada por este grupo. Sigam firmes, sigam críticos, sejam éticos, sejam protagonistas da defesa da vida, da ciência e da saúde como um todo”. Eduarda destacou que os programas foram criados como resposta a desafios urgentes e complexos, como a vigilância em regiões de fronteira, muitas vezes negligenciadas, e a necessidade de preparação e resposta a eventos de importância nacional.
Já a coordenadora Andréa Sobral, eleita paraninfa, definiu o momento como uma das maiores honras de sua trajetória acadêmica e profissional. Ela relembrou as primeiras aulas, as discussões e as defesas, destacando os desafios e transformações da vida dedicada à saúde pública. “É uma trajetória feita de recomeços, reinvenções, crises que exigem respostas rápidas e mudanças que precisam ser construídas com paciência, resiliência, dedicação e amor. Que vocês nunca percam o brilho no olhar diante de um problema a ser solucionado. Que nunca deixem de acreditar que a ciência pode e deve ser feita com amor”, finalizou Andréa.
O orador da turma do Mestrado Acadêmico do programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz, o médico-veterinário Augusto Alves, destacou o compromisso coletivo dos formandos com a integração regional em saúde, e reforçou o papel dos profissionais na defesa de uma saúde acessível e equitativa. “Carregamos a responsabilidade de materializar a importância de uma integração latino-americana na saúde, trabalhando por uma saúde para todos os povos. Essa não é uma construção puramente ideológica, mas um sentimento genuíno de pertencimento que nos une como guardiões da saúde pública em nossa região”.
Pedro Presta, técnico da Coordenação-Geral de Prevenção às Condições Crônicas do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde, foi o orador da turma do Mestrado Profissional do programa VigiLabSaúde/Fiocruz. Em sua fala, relembrou os momentos compartilhados com os colegas, agradeceu aos orientadores e à coordenação do programa, e refletiu sobre o papel dos profissionais de saúde em contextos desafiadores. “Em tempos de negacionismo, fake news e individualismo, ser mestre em saúde é mais que um título, é missão. Seja onde estivermos, que nunca nos falte a memória, a coragem e o afeto. Ciência salva, cuidado sustenta”, pontuou.
Após as homenagens, foi exibido um vídeo de apresentação dos egressos. A produção destacou o nome, a foto, o título do trabalho de conclusão, o(a) orientador(a) e o programa consorciado de cada formando. O encerramento da cerimônia foi marcado pela exibição de um vídeo especial com o coral Fiocruz, interpretando a música "Saúde", de Rita Lee e Roberto de Carvalho.
A cerimônia contou com tradução para o espanhol e intérprete de Libras. Assista à cerimônia completa no canal da Fiocruz no YouTube: https://encurtador.com.br/q6r7G (português) e https://encurtador.com.br/h6Nbp (espanhol).